O retrato do caos no sistema de saúde
pública do RN, mostrado pelo programa Profissão Repórter, da Rede Globo
de Televisão, não deve ter pego nenhum potiguar de surpresa nem tampouco
os caicoenses e moradores de mais de 20 cidades que gravitam em torno
da capital do Seridó. Esse filme é antigo, mas logicamente, quando é
levado ao ar em rede nacional, por uma TV com a audiência da Rede Globo,
a repercussão é imediata e instantânea. O assunto dominou as redes
sociais na noite deste dia 05 de junho.Os repórteres Paula Akemi, Eliane
Scardovelli e Rafael Batista foram os profissionais que viajaram para
Pau dos Ferros e Caicó
*PAU DOS FERROS
Em Pau dos Ferros o programa mostrou o
funcionamento precaríssimo do Hospital Regional da cidade.A unidade de
saúde tem uma sala de reanimação com dois aparelhos novos,
disponibilizados pelo Ministério da Saúde, que custam cerca de 60 mil
reais, mas não funcionam. Faltam ventiladores mecânicos. O plantonista
disse que é difícil e, às vezes, tem que decidir quem vive de quem morre
por falta de equipamento. No mesmo Hospital falta gase e as luzes só
são ligadas próximo ao anoitecer.
A repórter Eliane Scardovelli,
escalada fazer a matéria, descobriu nos fundos da unidade de saúde um
verdadeiro cemitério de ambulâncias inutilizadas, caracterizando a falta
de zelo com o bem público. Durante as gravações, deu entrada no
hospital, Maria Clara, uma criança de apenas três anos que se queixava
de dores na barriga e convulsões. A mãe revoltada falou que o local não
dispunha de medicamentos obrigando-a comprar para aliviar as dores da
menina. As mazelas não param por aí. Por falta de especialistas em Pau
dos Ferros a criança precisou ser removida às pressas para Natal.
Novamente um serviço que deveria ser gratuito recai sobre os ombros da
mãe da menina. Ela teve que desembolsar 150 reais para pagar uma
enfermeira que acompanhasse a filha, já que a norma da unidade de saúde é
só liberar a ambulância com o acompanhamento deste profissional. Após
400 KM e uma viagem de 5 horas , finalmente Maria Clara foi atendida e
diagnosticada.
*CAICÓ
Com uma câmera na mão
e algumas roupas na mochila, a repórter Paula Akemi passou três dias no
hospital de Caicó (RN). A situação por lá não é muito diferente da de
Pau dos Ferros. O doutor Irami Araújo, ex-prefeito de Caicó, foi chamado
de herói pelo repórter Caco Barcelos, e não foi a toa. Mesmo com um
lado do corpo paralisado, por conta de um AVC, Irami atendeu cerca de
200 pessoas em um único dia.
*UTI EM CAICÓ É EUFEMISMO, O QUE EXISTE SÃO LEITOS DEFICIENTES E SEM EQUIPAMENTOS
A repórter entrou naquela que seria a
UTI do HRC. De cara, o médico a alertou que o local não tem respirador.
Ele disse também que se o paciente precisar desse equipamento vai
morrer. Tal situação, segundo o Ministério da Saúde, não caracteriza uma
UTI, porém em uma sala ao lado, três equipamentos novos e modernos
estavam parados por falta da capacitação técnica de profissionais para
operá-los, além de faltar peças periféricas. O médico desabafou. “Por
falta de condições básicas de funcionamento, muitas Marias, Joãos e
Pedros já morreram e vão morrer a míngua no Hospital Regional de Caicó”.
Apesar de ter sido exibida nesta terça, a reportagem foi gravada no
início de maio.
*O QUE O PROFISSÃO REPÓRTER NÃO MOSTROU
Caicó necessita há tempos de uma UTI
Neo Natal para o atendimento às mães e crianças recém-nascidas. Os
equipamentos já estão na cidade desde outubro de 2011, mas até agora
nada foi feito para que a UTI passe a funcionar. Com essa morosidade e
descaso, a cidade corre um sério risco de perder os equipamentos para o
hospital Maria Alice em Natal. O governo do RN firmou TAC prometendo a
inauguração do serviço para o dia 25 de dezembro de 2012.Seis meses se
passaram e nada. O Samu em Caicó também foi uma promessa não cumprida
pelo Governo.A meta era instalar o serviço em 2011, mas o prazo foi
esticado para final de 2012. A UPA também é um sonho distante dos
caicoenses.
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Fonte: V & C