Método beneficia as 6,5 milhões de pessoas portadoras de deficiência visual no Brasil
O Dia Nacional do Braille está sendo comemorado hoje (8). O braille é um sistema de escrita e leitura baseado na percepção pelo tato destinado a pessoas que têm deficiência visual. Atualmente, elas contam também com recursos na área da informática para acessar conteúdos e se comunicar na rede mundial de computadores, a internet.
De acordo com dados do Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) existem no país 6,5 milhões de pessoas portadoras de deficiência visual, equivalente a 3,5% da população, sendo 582 mil cegas e seis milhões acometidas apenas por deficiência visual, classificada como baixa visão.
O sistema foi criado por Louis Braille, um jovem francês que ficou cego aos três anos de idade, e cuja invenção mudou a vida de milhões de pessoas em todo o mundo, disse Regina Fátima Caldeira de Oliveira, coordenadora da Revisão Braille da Fundação Dorina Nowill para Cegos.
— Com o braille, os cegos ganharam maior independência, autonomia e segurança, fatores indispensáveis à autoestima do ser humano.
A instituição do Dia Nacional do Braille no Brasil homenageia o dia de nascimento do primeiro professor cego brasileiro, José Álvares de Azevedo, que estudou o método em Paris e passou a ensiná-lo e a difundi-lo no Brasil, tendo recebido o título honorífico de Patrono da Educação dos Cegos no Brasil.
A primeira apresentação do braille foi feita por seu autor em 1825. A escrita e a leitura por meio de pontos em relevo em um tabuleiro, baseia-se na combinação padrão de seis pontos, dispostos em duas colunas de três pontos, permitindo a formação de 63 caracteres diferentes.
Dessa forma é possível a identificação das letras do alfabeto, números, simbologia aritmética, fonética e até entender grifos de musicografia.
Os cegos e deficientes visuais contam no momento com programas de computador que também ajudam a melhorar a sua qualidade de vida. É possível acessar conteúdos e se comunicar pela internet.
O aparato disponível envolve softwares que fazem a leitura de textos por meio de sintetizadores de voz. O maior problema é o da aquisição de equipamentos por causa do alto custo, principalmente para as famílias com poucos recursos financeiros.
A Caixa Econômica Federal mantém uma linha de crédito com juros baixos e prazos longos a fim de financiar utensílios para pessoas com todos os tipos de deficiência.
Os financiamentos foram abertos em janeiro deste ano em convênio articulado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.