domingo, 19 de janeiro de 2014

Hotéis de Pernambuco recebem treinamento voltado à acessibilidade

Entre as principais informações passadas com os treinamentos estão orientações a respeito das melhores maneiras de agir, conversar e recepcionar este público, de acordo com a sua necessidade.
Mirando ser o destino turístico mais acessível do País, o governo de Pernambuco, por meio do projeto Pernambuco Sem Barreiras, colocou em operação um conjunto de ações que orienta os funcionário da hotelaria estadual quanto aos mecanismos de atendimento a pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. A iniciativa pretende passar pelos principais meios de hospedagem da região.

De acordo com a representação da Setur-PE (Secretaria Estadual de Turismo), a iniciativa foi pensada para garantir a evolução do setor nas questões de relevância social.

As palestras são ministradas pelo consultor em acessibilidade, Manoel Aguiar. Segundo a secretaria, durante os treinamentos práticos, o palestrante cria situações que acontecem corriqueiramente quando uma pessoa com deficiência física, auditiva ou visual é recepcionada ou atendida nos estabelecimentos, apontando as falhas encontradas.

Entre as principais informações passadas com os treinamentos estão orientações a respeito das melhores maneiras de agir, conversar e recepcionar este público, de acordo com a sua necessidade. Participam da capacitação: mensageiros, recepcionistas, garçons, cummis e maîtres.

O curso é ministrado gratuitamente e a programação com os próximos hotéis a participar deve sair este mês. 
Fonte: Hôtelier News

Mães de autistas criticam personagem Linda de Amor à Vida

Mãe de um autista de 21 anos, Rita relembrou que Linda foi criada sob um rígido controle dos pais e longe da sociedade, tornando pouco crível a possibilidade de uma interação com o "namorado".
Linda e Rafael estão próximos. Linda leva a sua mão na boca de Rafael

Na reta final de "Amor à Vida", nem as pegações de Michel (Caio Castro) e Patrícia (Maria Casadevall) conseguiram ofuscar o romance entre Linda (Bruna Linzmeyer) e Rafael (Rainer Cadete). A relação entre a autista e o advogado foi crescendo ao longo da trama de Walcyr Carrasco e alcançou seu ápice dramático com a prisão de Rafael após trocar um beijo com a jovem. 
Incentivada por Leila (Fernanda Machado), Neide (Sandra Corveloni) denunciou o advogado por abuso de incapaz. Procurada pelo UOL, Rita Valéria Brasil Santos, presidente da Associação de Amigos do Autista da Bahia, condenou a maneira como Walcyr tem conduzido a trajetória de Linda. "É uma utopia o que a novela apresenta no momento", opinou ela.

 
Mãe de um autista de 21 anos, Rita relembrou que Linda foi criada sob um rígido controle dos pais e longe da sociedade, tornando pouco crível a possibilidade de uma interação com o "namorado".  
"O autor preferiu mostrar apenas a questão de sexualidade e não mostrou a luta da família para conseguir escola, tratamento, diagnóstico. Ele [Walcyr] é um formador de opinião e tenho medo de que mães de autistas tenham a ideia da Linda na cabeça", comentou.  
A opinião foi corroborada por Ana Maria Mello, superintendente da Associação de Amigos do Autista de São Paulo, e mãe de um autista de 32 anos. "A realidade da Linda está muito distante do que é o autismo. Está muito romanceado. Não existe gente com autismo como a Linda, pelo menos que eu conheça", disse.  
Segundo Ana Maria, da forma como é mostrado na trama, o relacionamento entre Linda e Rafael não deveria acabar em prisão – na vida real, porém, a situação seria diferente. "Dentro do enredo da novela, eu acharia uma injustiça denunciá-lo. Na vida real, seria abuso porque não existe a menor possibilidade de ser uma ação conjunta. O relacionamento é uma das maiores dificuldades que eles têm. É difícil você perceber um afeto. Até para demonstrarem afeto pela própria família é complicado".
Marisa Furia, presidente da Associação Brasileira de Autismo, contou que há um caso na Suécia envolvendo o casamento entre autistas, mas que a situação é rara, além de receber apoio do governo. "Na novela percebo que o rapaz [Rafael] está cuidando dela, proporcionando boas coisas, e por isso ela consegue interagir com ele, mas acho muito complexo falar de uma relação amorosa", ponderou ela, mãe de um homem autista de 36 anos.   
Para Marisa, o descontrole de Neide com o fato é aceitável. "Entendo que exista uma grande preocupação da família, é preciso um acompanhamento intenso para que essa relação seja decente. Não sei dizer o percentual de 'Lindas' no Brasil, mesmo assim acredito que a discussão é interessante", ressaltou.  
"Na vida real não é assim" 
 A doutora Carla Gikovate, neurologista e especialista em autismo, acredita que a trama envolvendo Linda ficou confusa. "A personagem tem características de autismo severo, mas também de autismo leve", considerou. Para ela, o namoro de Linda com Rafael jamais existiria na vida real.  
"Não há chances de um rapaz normal se apaixonar por um autista moderado, como acredito ser o caso da Linda. Na vida real, o cara ia perceber e cair fora", opinou. Indagada se os pais de Linda têm razão de manter Rafael longe da jovem, Carla brincou: "A denúncia não aconteceria porque essa situação [amorosa] também não aconteceria". Contudo, a simples abordagem do autismo em uma trama da Globo já é bem vista pela profissional.  
"O número de crianças que apareceram no consultório em razão da abordagem demonstra o quanto o assunto é importante, mesmo sendo tratado dessa forma na novela", finalizou, enfatizando que o caso da Linda não seria de um autista.

Campanha com manequins 'reais' quer promover aceitação de pessoas com deficiência

Os manequins foram produzidos a partir das medidas de pessoas reais com algum tipo de deficiência. A proposta da ong Pro Infirmis era provocar pessoas sobre o conceito de perfeição e a aceitação de pessoas com deficiência.

Pessoas que inspiraram os manequins posam para foto
 
O que é perfeição? Mulheres com noventa centímetros de busto e quadril com 60 de cintura? Homens com peitoral definido e 1,80 m de altura? O Saúde Plena já falou como os padrões de beleza quase nunca andam lado a lado com a realidade da maioria das pessoas e agora vamos mostrar a iniciativa de uma organização internacional para pessoas com deficiência que pretende, em sua nova campanha, ampliar ainda mais esse questionamento. A Pro Infirmis levou para vitrines de lojas de Zurique, na Suíça, manequins nada convencionais. Eles foram inspirados em corpos reais de pessoas com diferentes tipos de deficiência.  
 
“Porque quem é perfeito? Aproxime-se” é o nome da campanha e, assim como os manequins 'reais' chocaram e sensibilizaram os moradores de Zurique, seu vídeo de divulgação também tem impactado pessoas mundo afora. Nele é possível ver o processo de produção desde a tiragem de medidas dos convidados até a adaptação dos manequins.  
 
Os corpos de cinco pessoas com deficiência foram reproduzidos em tamanho real: o radialista e crítico de cinema Alex Oberholzer, a miss Jasmin Rechsteiner, o paratleta Urs Kolly, o ator Erwin Aljukic e a blogueira Nadja Schmid. Além de atuarem em áreas distintas, cada um deles tem uma deficiência diferente. Urs é um corredor sem a parte inferior da perna direita, Jasmin tem má formação da coluna, Nadja usa cadeira de rodas, Alex não tem a mão nem o pé direitos e Erwin, tem uma doença nos ossos de origem genética que resultou em membros bem finos e, por isso, precisa de muletas para se locomover.  
 
As peculiaridades de seus corpos foram reproduzidas de maneira fidedigna. Uma vez nas vitrines, seus manequins foram vestidos para deixar cada 'imperfeição' visível e provocar quem passasse pela rua. A intenção é clara: convidar à reflexão sobre a aceitação da pessoa com deficiência.  
 
No Brasil, o grupo de pessoas com algum tipo de deficiência – seja visual, auditiva, motora, mental ou intelectual - ultrapassa os 45 milhões, chegando à 23% da população. Quase 39 milhões delas vivem em áreas urbanas e pouco mais de sete milhões residem em regiões rurais. A estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU) é de que cerca de um bilhão de pessoas no mundo tenham deficiência. Aproximadamente de 80% delas vivem em países em desenvolvimento.

Fonte: Saúde Plena