Acessibilidade significa não apenas permitir que pessoas com
deficiência ou mobilidade reduzida participem de atividades que incluem o
uso de produtos, serviços e informação, mas a inclusão e extensão do
uso destes por todas as parcelas presentes em uma determinada população.
Na
arquitetura e no urbanismo, a acessibilidade tem sido uma preocupação
constante nas últimas décadas. Atualmente estão em andamento obras e
serviços de adequação do espaço urbano e dos edifícios às necessidades
de inclusão de toda população, visando eliminar os obstáculos existentes
ao acesso.
Em informática, programas que provêm acessibilidade
são ferramentas ou conjuntos de ferramentas que permitem que portadores
de deficiências (as mais variadas) se utilizem dos recursos que o
computador oferece. Essas ferramentas podem constituir leitores de ecrã
para deficientes visuais, teclados virtuais para portadores de
deficiência motora ou com dificuldades de coordenação motora, e
sintetizadores de voz para pessoas com problemas de fala.
Acessibilidade, Inclusão Social e Desenho Universal: Tudo a ver
Conheça a diferença conceitual entre inclusão e integração
Conheça a diferença conceitual entre inclusão e integração
Na Internet o
termo acessibilidade refere-se também a recomendações do W3C, que visam
permitir que todos possam ter acesso aos websites, independente de
terem alguma deficiência ou não. As recomendações abordam desde o tipo
de fonte a ser usado, bem como seu tamanho e cor, de acordo com as
necesidades do usuário, até a recomendações relativas ao código (HTML e
CSS, por exemplo).
Na década de 90, começou a ficar cada vez mais
claro que a acessibilidade deverá seguir o paradigma do desenho
universal, segundo o qual os ambientes, os meios de transporte e os
utensílios sejam projetados para todos e, portanto, não apenas para
pessoas com deficiência. E, com o advento da fase da inclusão, hoje
entendemos que a acessibilidade não é apenas arquitetônica, pois existem
barreiras de vários tipos também em outros contextos que não o do
ambiente arquitetônico.
Muito se pode fazer para eliminar as
barreiras arquitetônicas. O texto abaixo foi extraído da cartilha “O que
todos precisam saber sobre barreiras arquitetônicas”, publicada pelo
Programa Estadual de Atenção à pessoa portadora de deficiência / Fundo
Social de Solidariedade, do Governo do Estado de São Paulo (1994).
- Muitos jovens com deficiência poderiam ir ao cinema, prestar vestibular, assistir aos jogos do seu time de futebol, trabalhar, viajar, se os espaços fossem adequados a eles;
- As mulheres gestantes poderiam ir de ônibus ao trabalho, ou ao médico, se os degraus não fossem altos demais;
- Um homem acidentado poderia abrir a sua padaria, como fazia todos os dias, atravessando a rua com o uso de muletas, se as guias fossem rebaixadas;
- Um senhor idoso poderia passear pela praça para encontrar seus amigos, usando bengala, se, em lugar dos degraus, ali existissem rampas de acesso;
- Pessoas cegas poderiam andar livre e seguramente pelas calçadas, se houvesse sinalização para detectarem os obstáculos;
- Pessoas em cadeiras de rodas poderiam usar os sanitários de forma independente, se as portas tivessem dimensões que permitissem sua passagem;
- Pessoas em cadeiras de rodas também poderiam usar os orelhões, se estes ficassem na altura adequada;
- Pessoas que usam muletas poderiam andar livremente pelas ruas, se o tempo do sinal fosse mais prolongado;
- É importante termos em mente que as pessoas com deficiência, ou incapacidades, têm o direito de estar nos mesmos locais em que nós todos estamos.
Há normas que norteiam a implementação das
mudanças ambientais, de forma a eliminar as barreiras arquitetônicas.
Elas são estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas –
ABNT, na NBR 9050, de Setembro de 1994.