É interessante perceber como nossos políticos utilizam-se do português para se esquivarem da responsabilidade e dos compromissos firmados com a sociedade. Durante muito tempo ficou-se negociando a gratuidade dosingressos para os deficientes físicos e idosos na Copa do Mundoe a Fifa se manteve sempre contra alegislação brasileira, inclusive ameaçando a realização do evento por aqui, mas o governo ficou firme e a legislação, que fala da gratuidade, vai ser cumprida, ou não.
Veja a matéria que foi publicada no Diário do Grande ABC e tire suas próprias conclusões sobre o que o governo está aprontando para os deficientes na Copa do Mundo.
Apesar da promessa feita durante a negociação, o texto aprovado em plenário não garante condições diferenciadas para a aquisição de ingressos por pessoas com deficiência. A redação escolhida afirma que a Fifa e os entes federados “poderão celebrar” acordos para viabilizar o acesso e a venda de ingressos para este público reservando pelo menos 1% dos bilhetes.
A escolha pelo verbo “poderão” não atendeu o acordado entre o deputado Rui Carneiro (PSDB-PB) e o relator, Vicente Cândido (PT-SP). O tucano é o autor da emenda que deu origem a essa reserva de ingressos. “Mudaram o combinado. Foi má-fé. Na minha emenda o verbo era celebrarão”. O tucano afirmou que vai pedir a seus correligionários no Senado que tentem alterar o texto.
O relator confirmou que por um erro na redação o texto não obriga a celebração destes acordos. Ele ressaltou, porém, que a Fifa já se comprometeu a dar bilhetes para as pessoas com deficiência. Cândido disse que pedirá à entidade que explicite por escrito este compromisso. “Ninguém vai brincar com isso. Podemos pegar com a Fifa um compromisso por escrito”. O petista disse não ser o ideal alterar a redação no Senado porque isso obrigaria o texto a voltar para a Câmara.
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