Bons para o descanso, ruins para o comércio. Natal terá 11 feriados em 2014 (entre municipais, estaduais e federais), de acordo com o calendário oficial. Nem todos, porém, vão cair em dias úteis. Apenas 5 feriados nacionais, segundo portaria do Ministério do Planejamento publicada no Diário Oficial da União de ontem, cairão em dias úteis. A portaria, porém, não estabelece se nos dias dos jogos da Copa do Mundo, entre os dias 12 de junho e 13 de julho, os expedientes serão suspensos.
Adriano Abreu
Lojistas natalenses reclamam de baixas vendas e
apontam prejuízos pelo alto número de feriados
Por enquanto, nas datas das partidas da seleção brasileira e dos confrontos marcados na Arena das Dunas o expediente para os servidores municipais termina pelo menos duas horas antes. O artigo 56 da Lei Geral da Copa, nº 12.663, afirma que a “União poderá declarar feriados nacionais os dias em que houver jogo da seleção brasileira de futebol”. Desta forma, o ano teria pelo menos mais três feriados. A seleção brasileira entrará em campo pela primeira fase do torneio nos dias 12, 17 e 23 de junho contra a Croácia (em São Paulo), México (em Fortaleza) e Camarões (em Brasília), respectivamente. Caso os feriados sejam decretados e a seleção chegue até a final, o país terá mais quatro dias de folga.
A lei ainda garante que “os estados, o Distrito Federal e os municípios que sediarão os eventos poderão declarar feriado ou ponto facultativo os dias de sua ocorrência em seu território”. Natal sediará quatro confrontos na primeira fase.
Enquanto os comerciantes apontam prejuízos causados pela alto número de feriados, o setor de serviços, como hotéis e restaurantes podem ganhar maior movimento. Para o consultor Semio Timeni existem formas de diminuir o impacto dos feriados na economia e aproveitar as oportunidades que chegarão com a Copa. “Todos sabemos que 2014 vai ser um ano diferente, com Copa do Mundo e tudo mais. Será quase um mês de feriados em dias úteis. E só existe uma solução para minimizar o impacto dos feriados na economia: planejamento”, aponta.
Comércio prejudicado
O feriado municipal de Santos Reis, ontem, é um exemplo de como o comércio pode ser prejudicado com o excesso de feriados. Em um shopping da zona sul de Natal, as lojas abriram à tarde, mas o movimento estava fraco. Vendedora de um quiosque de cosméticos do estabelecimento, Elaine Souza conta que o movimento normalmente é baixo nesse tipo de data. Trabalhando no setor há alguns anos, ela explica que esta situação sempre se repete.
“É sempre assim tranquilo, não muda não. A procura é pequena e dá mais turista. O pessoal da cidade mesmo está para o lado das praias”, diz ela. Os feriados acabam elevando os gastos para o comerciante que quer manter as portas abertas. Vendedora de uma loja de calçados do shopping, Jéssica Araújo confirma: “realmente não tem fluxo num dia como hoje”.
O consultor Semio Segundo afirma que as empresas devem fazer um planejamento que avalie desde o melhor mês para conceder férias aos funcionários até investimento em marketing e treinamentos para aumentar a produtividade, por exemplo. “A verdade é que, com tantos eventos este ano, mais dinheiro vai circular na economia. E o planejamento poderá ser fundamental para atrair este maior fluxo” coloca.
O que é visto como preocupação por alguns setores da economia, acaba sendo motivo de tranquilidade para os consumidores de folga. A auxiliar de escritório Jaísa Santos é um exemplo de quem optou por fazer compras no feriado. “Como eu não trabalho no feriado, acabou sendo uma boa opção, até porque é mais tranquilo”, avaliou, enquanto experimentava uma sandália.
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