Em seu Gol 1986, o fotógrafo mineiro José de Castro
partiu, nesta quarta-feira (15), para uma viagem que vai da cidade de Viçosa
(MG), onde mora, até Uiramutã, em Roraima. Os mais de 5 mil km de distância e
de 10 a 15 dias de duração prevista podem parecer muito, mas estão longe de ser
o maior desafio da sua jornada.
O objetivo de José é atravessar o Brasil de Norte a Sul
caminhando e empurrando uma cadeira de rodas. Serão 10.700 km ao longo de 20
estados, entre o Monte Caburaí, em RR, e o Chuí , no RS – considerados os
extremos do Brasil. A viagem deve durar cerca de um ano.
Conhecido como Zé do Pedal, o fotógrafo tem longa
experiência em aventuras mundo afora. Desde a década de 1980, já deu a volta ao
mundo de bicicleta, atravessou o Japão em um velocípede e a América Latina de
moto, navegou o Rio São Francisco de pedalinho e foi da França à África do Sul
em um kart a pedal. No ano passado, sua história foi transformada em
documentário pelos diretores Bruno Lima e Fabricio Menicucci.
Agora, aos 56 anos, Zé do Pedal decidiu colocar em
prática a viagem pelo Brasil que planejou há cinco anos, batizada de “Extremas
Fronteiras Barreiras Extremas: Cruzada pela Acessibilidade”. Como em aventuras
anteriores, elegeu uma causa social para divulgar ao longo do caminho: desta
vez, a acessibilidade.
Desde aos anos 80, Zé do Pedal já deu a volta ao mundo de
bicicleta, atravessou o Japão em um velocípede e a América Latina de moto,
navegou o Rio São Francisco de pedalinho e foi da França à África do Sul em um
kart a pedal
Zé não tem nenhuma deficiência motora. Ele conta que se
sensibilizou pelo tema em 2008, quando estava percorrendo o Caminho de
Santiago, na Espanha e na França, e viu uma cadeirante com dificuldades para se
locomover.
“Ela falava: ‘No puedo’ [não consigo]. Estava tentando
subir uma rampa que tinha um degrauzinho. Para mim, subir aquele passeio era a
coisa mais normal do mundo, mas para ela era um grande desafio. Comecei a
imaginar as dificuldades que os cadeirantes enfrentam na minha cidade, no meu
estado, no meu país”, diz.
Fonte: Deficiente Físico
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