Aos seis meses de vida, Maria Elizabete Fernandes de Paiva Alves teve poliomielite, uma doença que afeta crianças provocando paralisia nos membros inferiores. Erradicada no Brasil, graças a sucessivas campanhas de vacinação no final da década de 80, a enfermidade marcou a vida de Elizabete para sempre. Mas, esperta como ela só, Betinha, como é conhecida, fez do limão uma limonada não deixando a doença lhe roubar o gosto de viver. Tendo nascido em Encanto, foi aos 18 anos aprovada no concurso Vestibular da UERN, campus de Pau dos Ferros e ao mesmo tempo, no concurso do Banco do Brasil, onde ingressou como escriturária na cidade de São Miguel, região Oeste do Estado.
Graduada em Letras, Betinha trabalhou no Banco do Brasil até aposentar-se em Currais Novos, cidade que adotou como sua depois de casar-se com Antônio Alves, funcionário dos Correios e Telégrafos. Eles se conheceram quando ele foi trabalhar um mês em São Miguel, cobrindo as férias de um colega. De lá para cá, a vida de Betinha mudou. Noivou, casou com Antônio Alves, e veio morar em Currais Novos onde teve dois filhos: Ícaro Jorge, advogado e Yuri Jordão, estudante de Engenharia Civil. Um dia aceitou o convite de Joseildo Paizinho Dantas para integrar a diretoria da recém fundada ACDF-Associação dos Deficientes Físicos de Currais Novos da qual já foi Presidente três vezes, sendo hoje Vice-Presidente, ao lado de Júlio Cesar Silva Dantas Araújo. A entidade promove cursos de artesanato além de funcionar como um verdadeiro Centro de Convivência e de representação de centenas de pessoas com deficiência física. É lá que Betinha sente-se feliz, ocupando-se e procurando ser útil a pessoas que, mesmo sendo diferentes, querem exercer sua cidadania com dignidade.
“Acho que a ACDF é uma empresa do Bem. Aqui, o nosso alvo é atender a clientela e procurar fazer com que todos sejam felizes.
Nada temos para vender. Mas, distribuímos gratuitamente uma mercadoria muito importante para quem é deficiente: a esperança de uma vida melhor”
Nada temos para vender. Mas, distribuímos gratuitamente uma mercadoria muito importante para quem é deficiente: a esperança de uma vida melhor”
Fonte: Revista Seridó S/A
Postado: Walfredo Luiz Galvão
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