terça-feira, 21 de abril de 2015

Casa do Estudante está abandonada

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Atualmente, são duas Casas em Natal, duas em Caicó e uma em Mossoró. A unidade masculina da capital potiguar, situada à Rua Coronel Lins Caldas, Cidade Alta, que tem cerca de 80 moradores, parece ser a pior – a que está em situação mais degradante. O prédio, que é tombado, mostra sinais de abandono, externamente, e internamente, em cada compartimento o estado é de completa desolação e penúria.

Pelo estatuto, cada morador dá uma contribuição de R$ 25 por mês. Normalmente, esse dinheiro é dividido entre os que ajudam na cozinha, limpeza e administração da casa. Em geral, ex-moradores. Mas, de acordo com o estudante Washington Luiz, a arrecadação deixou de ser feita, com o fim do repasse do Governo. Assim, até mesmo essas pessoas que auxiliavam nos serviços pararam de ir à casa.

Washington é de Caicó, estuda Comércio Exterior no IFRN e mora no espaço de assistência social há três anos. “O último repasse foi em novembro”, lembra, mostrando a antiga câmara fria, vazia e mal cheirosa.

“Cada um ajuda o outro. Um dia um compra o arroz, no outro o feijão. E assim vai”, conta.

O mofo se espalha por paredes e teto. Pedaços do gesso já caíram. As infiltrações são incontáveis. Dos 50 quartos, cerca de 30 são abertos.

Na lousa branca, um recado, em tom de pedido ou conselho a quem resiste às condições: “Continue tentando, pois no final sempre tem uma saída”.

Ao lado, os cômodos onde funcionavam cinemateca e biblioteca estão vazios. Poucos móveis ainda restam dispostos pela casa. O estudante Washington Luiz, diz que as mesas de estudo estão trancadas em um quarto. Caso contrário, se acabariam pela água, como tantas outras, ou seriam roubadas. A insegurança também é ponto crítico. “Só neste ano foram quatro arrastões, além dos pequenos roubos em volta”, conta Washington. Para evitar que isso volte a acontecer, cada um tirou cópia das chaves dos portões, agora sempre fechados. Na frente, a quadra de esportes, está sendo reformada pela Prefeitura. Mas quando aberta, quase não era usada pelos moradores. A esperança é que o Governo do Estado regularize os repasses.

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