domingo, 5 de abril de 2015

Com deficiência auditiva, Lívia adere ao ciclismo após superar a leucemia

Fisioterapeuta, que venceu batalha contra a doença e começou a praticar o modalidade há quatro meses, participou de etapa da Copa Rio com sua bike
Fisioterapeuta, que venceu batalha contra a doença e começou a praticar o modalidade há quatro meses, participou de etapa da Copa Rio com sua bike

Se engana quem pensa que o ciclismo pode não ser um esporte inclusivo. Que o diga Lívia Trivizol, fisioterapeuta esportiva, de 30 anos, que tem deficiência auditiva congênita e participou da sua primeira prova no dia 15 de março, na etapa de Itaipava, que abriu a Copa Rio 2015 de Ciclismo. Lívia começou a praticar o esporte há quatro meses e diz que foi amor à primeira vista.

– Eu já conhecia o esporte de longe por assistir o Tour de France, mas conheci melhor quando entrei em uma assessoria de corrida e conheci triatletas em treinos coletivos, que logo mais tarde viraram meus pacientes e amigos. Ganhei o incentivo deles para eu começar a pedalar – disse.

O lado esportivo de Lívia só apareceu há cerca de dez anos depois de superar uma batalha contra a leucemia.

– Eu era totalmente sedentária e não estava me conformando em ter uma segunda chance de viver e não ter aventuras. A corrida foi o começo de tudo isso, depois de um ano já estava nas meias maratonas e não muito satisfeita com as minhas conquistas pessoais, comecei a pedalar para ir mais além – contou.

Para a Copa Rio de Ciclismo, a expectativa é grande já que é um percurso montanhoso, muito difícil para quem tem pouca prática no esporte.

– São 13km de subida rolada que exige muito condicionamento físico e cardiovascular, além de um volume maior de treinos de subidas em tão pouco tempo de ciclismo, minha expectativa é fazer o meu melhor tempo de subida possível – contou.

Com 90% de perda neurosensorial em ambos os ouvidos, e utilização de próteses auditivas, Lívia acredita que sua primeira vitória é mostrar para as pessoas que a audição reduzida não coloca outros atletas em risco e nem compromete a dinâmica do pelotão.

– O meu técnico é um profissional capacitado com formação adequada para lidar com esse tipo de limitação, me orientando diariamente e trabalhando para eu estar apta a andar no pelote sem riscos. É um trabalho inclusivo – afirmou.

Ano passado durante o Tour do Rio foi quando Lívia encontrou seu esporte. A convite da organização do evento ela acompanhou os bastidores da prova e ainda ficou de stand by durante o evento caso algum atleta precisasse dos seus cuidados como fisioterapeuta.

– Para quem já estava começando a amadurecer a ideia de pedalar, eu me senti igual a uma criança em um parque de diversões, fiquei impressionada com a grandiosidade e planejamento do evento. Assistir de perto a fuga dos ciclistas, observar a estratégia, sentir a velocidade (de 60 a 80km/h) é indescritível. O ciclismo foi uma opção pessoal minha e cada um deve encontrar em qualquer esporte que seja a sua superação pessoal – incentiva a atleta.

Fonte: Esporte Espetacular

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