A Assembleia Legislativa tinha 138 anos quando recebeu em seus quadros o ajudante de mergulho Luís Antônio da Silva, conhecido por Lula. Aos 18 anos, ele tinha como experiência auxiliar profissionais que resgatavam peças de embarcações naufragadas em alto mar.
“Eu era mangueireiro. Ficava em cima do barco segurando a mangueira enquanto o mergulhador descia. Era na Empresa Norte-riograndense de Pesca Submarina, na Ribeira”. De mangueireiro a ASG na Assembleia, o canal foi o seu pai, que à época fazia polimento no carro de João Ferreira de Souza, pai do então presidente da Casa, o ex-deputado Ezequiel Ferreira de Souza. “Era numa casa ali na Nilo Peçanha, vizinho à Maternidade Januário Cicco e próximo da antiga Polícia Federal”, lembrou Lula, hoje aos 61 anos, que costumava acompanhar o pai no serviço.
“Me lembro do neto dele, era garotinho e é hoje o presidente da Assembleia. Ele era pequeno, às
vezes queria ajudar no serviço do meu pai e a mãe dele, dona Letícia, brigava com ele. Dizia ‘Quequel pare com isso’, e meu pai dizia, ‘deixe que ele tá me ajudando’. E hoje ele tá aí, no lugar que foi do pai dele, no cargo de presidente”.
vezes queria ajudar no serviço do meu pai e a mãe dele, dona Letícia, brigava com ele. Dizia ‘Quequel pare com isso’, e meu pai dizia, ‘deixe que ele tá me ajudando’. E hoje ele tá aí, no lugar que foi do pai dele, no cargo de presidente”.
Luís Antônio conta que foi contratado em 1972 como prestador de serviços. Em 1976 foi efetivado como ASG, e saca a carteira do bolso para mostrar o contracheque com a data de admissão: dia primeiro de março.
Depois dos serviços de limpeza, com passe livre para entrar nos gabinetes dos deputados e da Casa, começou a ser chamado para conduzir documentos e processos de um lugar pra outro, fazer pagamento em bancos, entregar convites para as solenidades.
Durante os mais de 40 anos na Assembleia Legislativa, Lula foi pai de nove filhos, em seis casamentos. Na grande família, o orgulho de mostrar um contracheque com o título de funcionário efetivo da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte é de Lula, que segue dando expediente enquanto não se aposenta, e tirando os sábados e domingos para ir à Praia do Forte com os netos, os filhos e a atual mulher, Marta Jonas Baumgarten, com quem vive há 32 anos.
Passando a limpo sua vida profissional, lembra que sempre saía a pé da rua Jundiaí, onde funcionava a Assembleia, para entregar processos no Tribunal de Contas, na avenida Getúlio Vargas. Para ele, ir a pé “era mais rápido”, já que os carros da Assembleia estavam sempre em outros serviços. À época, a frota da Casa era formada por uma Kombi e uma Brasília branca.
“O carro da presidência era um Landau preto, bonito. Os motoristas eram Luciano, Luís Gonzaga Carvalho, José Tavares e Antônio Tavares. Eu andei no Landau com o deputado Márcio Marinho e com Luís Antônio Vidal. Era um carrão bonito, parecia uma limousine. E meu pai era quem polia o Landau”, lembra Lula, contando que a Presidência da Assembleia ainda teve uma Veraneio prata.
Ele não consegue contar nos dedos o número de presidentes que passaram pela Casa durante os seus 43 anos de trabalho, mas lembra que, depois de ingressar na Casa com o ex-deputado Ezequiel Ferreira de Souza, vai se aposentar na gestão “do deputado Ezequiel, filho de Doutor Ezequiel”, conta Lula, que já que está organizando seus documentos para requerer aposentadoria.
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