Deficiência Física:
• Definição: uma variedade de condições que afeta a mobilidade e a coordenação motora geral de membros ou da fala. Pode ser causada por lesões neurológicas, neuromusculares e ortopédicas, más-formações congênitas ou por condições adquiridas. Exemplos: amiotrofia espinhal (doença que causa fraqueza muscular), hidrocefalia (excesso do líquido que serve de proteção ao sistema nervoso central) e paralisia cerebral (desordem no sistema nervoso central), que exige dos professores cuidados específicos em sala de aula (leia mais a seguir).
• Características: são comuns as dificuldades no grafismo em função do comprometimento motor. Às vezes, o aprendizado é mais lento, mas, exceto nos casos de alteração na motricidade oral, a linguagem é adquirida sem problemas. Muitos precisam de cadeira de rodas ou muletas para se locomover. Outros apenas de apoios especiais e material escolar adaptado, como apontadores, suportes para lápis etc.
• Recomendações: a escola precisa ter elevadores ou rampas. Fique atento a cuidados do dia a dia, como a hora de ir ao banheiro. “Algum funcionário que tenha força deve acompanhar a criança”, explica Marília Costa Dias, professora do Instituto Superior de Educação Vera Cruz, na capital paulista. Nos casos de hidrocefalia, é preciso observar sintomas como vômitos e dores de cabeça, que podem indicar problemas com a válvula implantada na cabeça.
Paralisia Cerebral:
• Definição: lesão no sistema nervoso central causada, na maioria das vezes, por uma falta de oxigênio no cérebro do bebê durante a gestação, ao nascer ou até dois anos após o parto. “Em 75% dos casos, a paralisia vem acompanhada de um dano intelectual”, acrescenta Alice Rosa Ramos, superintendente técnica da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), em São Paulo.
• Características: a principal é a espasticidade, um desequilíbrio na contenção muscular que causa tensão. Inclui dificuldades para caminhar, na coordenação motora, na força e no equilíbrio. Pode afetar a fala.
• Recomendações: para contornar as restrições de coordenação motora, use canetas e lápis mais grossos – uma espuma em volta deles presa com um elástico costuma resolver. Utilize folhas avulsas, mais fáceis de manusear que os cadernos. Escreva com letras grandes e peça que o aluno se sente na frente. É importante que a carteira seja inclinada. Se ele não consegue falar e não utiliza uma prancha própria de comunicação alternativa, providencie uma para ele com desenhos ou fotos por meio dos quais se estabelece a comunicação. Ela pode ser feita com papel cartão ou cartolina, em que são colados figuras pequenas, do mesmo material, e fotos que representem pessoas e coisas significativas, como os pais, os colegas da classe, o time de futebol, o abecedário e palavras-chave, como “sim”, “não”, “fome”, “sede”, “entrar”, “sair” etc. Para informar o que quer ou sente, o aluno aponta para as figuras e se comunica. Ele precisa de um cuidador para ir ao banheiro e, em alguns casos, para tomar lanche.
COMO IDENTIFICAR SINAIS DE DEFICIÊNCIA FÍSICA EM SALA DE AULA:
Deficiência Física:
• Movimentação sem coordenação ou atitudes desajeitadas de todo o corpo ou parte dele;
• Anda de forma não coordenada, pisa na ponta dos pés ou manca;
• Pés tortos ou qualquer deformidade corporal;
• Pernas em tesoura (uma estendida sobre a outra);
• Dificuldade em controlar os movimentos, desequilíbrios e quedas constantes;
• Dor óssea, articular ou muscular;
• Segura o lápis com muita ou pouca força;
• Dificuldade para realizar encaixe e atividades que exijam coordenação motora fina.
O que você pode fazer?
Orientar os pais para que procurem profissionais especializados (ortopedista, fisiatra e fisioterapeuta).
Sugestões para a convivência com pessoas com deficiência física
• Quando estiver empurrando uma pessoa sentada numa cadeira de rodas e parar para conversar com alguém, lembre-se de virar a cadeira de frente, para que a pessoa também participe da conversa;
• Empurre a cadeira com cuidado para evitar acidentes e preste atenção às pessoas que caminham à frente;
• Para uma pessoa sentada em cadeira de rodas, é incômodo ficar olhando para cima por muito tempo. Portanto, se a conversa for demorar mais, sente-se ou abaixe-se para que você e ela fiquem com os olhos no mesmo nível;
• Respeite o espaço corporal. A cadeira de rodas (assim como as bengalas e muletas) é quase uma extensão do corpo. Agarrar ou apoiar-se nesses equipamentos não é como se encostar a uma cadeira comum;
• Nunca movimente a cadeira de rodas sem antes pedir permissão para a pessoa que a utiliza;
• É mais seguro subir rampas ou degraus de frente. Para descer, é mais seguro de costas;
• Para subir um degrau, incline a cadeira para trás, levante as rodinhas da frente para apoiá-las sobre o degrau;
• Para descer um degrau, é mais seguro fazê-lo de marcha a ré, sempre apoiando a cadeira, para que a descida seja sem solavancos;
• Para subir ou descer mais de um degrau em seqüência, é mais seguro pedir a ajuda de outra pessoa;
• Se você estiver acompanhando uma pessoa com deficiência que anda devagar, procure acompanhar o passo dela;
• Sempre mantenha as muletas ou bengalas próximas à pessoa com deficiência;
• Esteja atento para a existência de barreiras arquitetônicas quando for visitar algum local com uma pessoa com deficiência motora;
• Pessoas com paralisia cerebral podem ter dificuldades para andar, fazer movimentos involuntários com pernas e braços, apresentar expressões estranhas no rosto e ter dificuldade para falar. Não se intimide com isso. São pessoas como você. Geralmente, têm inteligência normal ou, às vezes, até acima da média;
• Se você não compreender o que a pessoa está dizendo, peça para que repita. Isso demonstra interesse e respeito e as pessoas com dificuldades de comunicação não se incomodam de repetir.
Sugestões para adaptar o ambiente escolar às pessoas com deficiência física
A Secretaria de Educação Especial do MEC - Ministério da Educação sugere:
• O acesso físico é a preocupação fundamental para estes estudantes, devido a dificuldades de locomoção ou ao uso de cadeira de rodas. Isto implica a existência de percursos em que o aluno possa se movimentar mais facilmente de uma aula para as outras, ou seja, em que não tenha de se defrontar com barreiras arquitetônicas. Por isso, aconselhamos verificar se há caminhos mais fáceis para o aluno utilizar, sem obstáculos;
• Estes estudantes podem eventualmente atrasar-se, ao ir de uma sala para outra, principalmente quando as aulas não são todas no mesmo prédio. Pode ser necessário fazer algumas adaptações que permitam ao aluno freqüentar aulas no laboratório;
• Se for possível, trabalhe diretamente com o aluno para criar um local acessível, promovendo a participação dele em todas as tarefas;
• Se a classe fizer um passeio, é importante incluir os alunos com deficiência.
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