quarta-feira, 29 de abril de 2015

Comitê vê evolução da acessibilidade no Rio: 'Não vamos passar vergonha'

Gerente de integração paralímpica do Comitê Rio 2016, Mariana Mello é realista sobre legado na cidade, mas cita Jogos como evento catalisador para todo o país.
Foto de uma palestra sobre acessibilidade para operários das obras
Tema recorrente nas discussões de legado dos Jogos Olímpicos de 2016, a acessibilidade entrou novamente em pauta em um briefing realizado pelo Comitê Organizador do Rio de Janeiro na última segunda-feira. Diante de questionamentos sobre a capacidade da cidade olímpica estar preparada para atender às demandas de pessoas que possuem algum tipo de deficiência - volume que crescerá exponencialmente durante das Paralimpíadas, a gerente de Integração Paralímpica do Comitê Rio 2016 mostrou-se realista, mas garantiu que a sede brasileira não fará feio diante do mundo.


- O Rio 2016 tem trabalhado com os diferentes níveis de governo, com a prefeitura, com o estado, para tornar a cidade mais acessível. A gente sabe que não vai ser 100% acessível em 2016. Nenhuma cidade do mundo consegue melhorar tanto em nove anos, que é o tempo que a gente tem de processo dos Jogos, mas a gente tem trabalhado incansavelmente. Nunca se falou tanto sobre acessibilidade. Os Jogos Paralímpicos são um grande catalisador para essa melhoria da cidade. Eu tenho certeza que a gente não vai passar vergonha. A cidade está melhorando e as pessoas vão poder circular pela cidade, mas com certeza a gente não é utópico e sabe que vai ter muito a melhorar. O que a gente espera é que os Jogos Paralímpicos deixem como legado essa continuação de melhoria da acessibilidade na cidade.

Em março deste ano, o ministro do Esporte, George Hilton, e a Secretaria de Direitos Humanos, Ideli Salvatti discutiram o tema em um encontro em Brasília. De acordo com um levantamento 102 das instalações que se candidataram a receber delegações estrangeiras para a aclimatação para as Paralimpíadas precisariam de obras de adequação para receberem pessoas com deficiência.

Longe de ficar surpresa com esses números, Mariana Mello destacou que essas reformas são uma das várias formas de legado das Paralimpíadas, ampliando inclusive os benefícios do evento para outras cidades brasileiras, não limitando-os apenas ao Rio de Janeiro.

- A gente acredita que os Jogos estão ajudando essas instalações a se reformarem. Porque se elas querem receber delegações paralímpicas elas tem que atender determinados requerimentos. estão se transformando e fazendo obras. A gente sabia que teria dificuldade nessa área, mas acredita que pode ajudar a melhorar. Entendemos a melhoria dessas instalações em todo o Brasil e não só no Rio como um outro legado positivo dos Jogos.

Nesta segunda-feira, a inauguração de uma maquete tátil do Parque Olímpico representou ainda outra vertente de acessibilidade dos Jogos. Com uma planta de 1,3m², a peça conta com miniaturas das nove arenas esportivas (Arenas Carioca 1,2 e 3, Arena do Futuro, Estádio Aquático, Centro de Tênis, Velódromo, Parque Aquático Maria Lenk e Arena da Barra), estão representados também o Centro de Imprensa (MPC), o Centro Internacional da Transmissão (IBC), o hotel de mídia e o Live Site, permitindo que as pessoas com deficiência visual entendam as dimensões e a arquitetura do principal local de competição de 2016.

Fonte: Globo Esporte

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